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Tudo o que você precisa saber sobre o CST em Gestão do Agronegócio

Ao contrário do que muitos pensam, não é só plantar, a Gestão do Agronegócio inclui conhecer os ciclos de produção, as datas de colheita, o gerenciamento dos funcionários, contabilidade e muito mais

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Tanto é assim que, segundo dados divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a produção nacional alimenta 10% do mundo. Isso é devido, em boa parte, a uma eficiente gestão do agronegócio, que revolucionou a produção agrícola nos últimos anos.

Ter uma fazenda não se restringe a cuidar da plantação. Há uma cadeia de produção envolvida que começa dos períodos de plantação mais adequados, passando pelo cuidado e colheita. E não é só isso. A Gestão do Agronegócio inclui gerenciar funcionários, maquinário, manutenção e compra de insumos.

Esse sucesso todo do agronegócio brasileiro se deve ao surgimento de profissionais que entendem desse ciclo todo e fazem a produção brasileira girar. A previsão para este ano, segundo o Ministério da Agricultura, de produção, em valores financeiros, é de mais de R$ 1 trilhão. Mas, antes de ir além na Gestão do Agronegócio, vamos ver como ele surgiu e evoluiu no Brasil.

O agronegócio enquanto parte da Economia

Nas décadas de 1950 e 1960, embora o mundo rural no Brasil ainda fosse muito maior que o urbano, o processo produtivo na agricultura não era muito eficiente. Havia trabalho de mais e tecnologia de menos, o que criava impasses. O plantio e colheita dependiam basicamente da força manual, quase não havia máquinas de plantio e colheita, e pouco se falava em fertilizantes.

E não eram só as tecnologias para melhorar a produção que eram escassas no Brasil. O pouco conhecimento dos tipos de solos encontrados no país eram um grande entrave. Afinal, para aproveitar a terra e saber qual é a plantação que melhor se adapta a ela, é necessário estudo e conhecimento.

Outro ramo, o da pecuária, também sofria com a falta de tecnologia especializada. Embora grande parte dos rebanhos, até hoje, sejam criados soltos, em pastos, naquela época pouco se sabia sobre alimentação e medicamentos especializados. Assim, doenças se propagavam com mais facilidade, com prejuízos na produção total.

Gente de mais, alimentos de menos

A partir dos anos 1960, a população brasileira passou por um grande crescimento. As cidades cresceram em um ritmo bastante acelerado, mas o campo não dava conta de alimentar todos. Chegou a haver até uma escassez de comida, que atingiu principalmente as pessoas que moravam em grandes centros.

Foi quando o governo começou a investir em pesquisa na parte agropecuária. Aumento do crédito para os produtores, melhores condições de trabalho facilitou o aumento na produção. Afinal, com mais recursos para adquirir maquinários, fertilizantes e descobertas na lavoura e rebanho, a produção de grãos teve um salto.

Foi quando a produção se tornou mais eficiente: embora a área plantada tenha aumentado, a colheita aumentou mais ainda. Foi nessa época que a criação de aves para consumo humano também cresceu bastante.

Tudo isso também teve a mão da melhoria no processo de Gestão do Agronegócio. Gradualmente, o gerenciamento da produção como um todo foi ficando mais profissionalizada – o que trouxe várias vantagens para o mercado. A produção aumentou, passou a dar conta do consumo interno e, por consequência, a venda ao exterior também se tornou mais frequente.

A profissionalização do agronegócio

Os conhecimentos de forma geral se integraram de tal forma que tornou a Gestão do Agronegócio uma necessidade. Não se pensa somente nas melhores épocas de plantio, mas também nos tipos de solo, controle de pragas, uso dos fertilizantes corretos e maquinário adequado.

Há também outro fator que deve ser considerado: a gestão dos recursos humanos. Falando em grandes produtores rurais, há muitos trabalhadores envolvidos. Visto que há legislações específicas para setor rural (e até para cada departamento), os funcionários precisam ser treinados. Isso aumenta a produção, traz mais segurança ao trabalhador e garante um produto de qualidade.

Depois desse período de grandes investimentos no campo, o Brasil ganhou destaque mundial na produção agrícola. Posição essa que vem se mantendo ao longo dos anos, e ficando cada vez mais profissional.

O que é a Gestão do Agronegócio?

Esse campo de trabalho envolve ter conhecimento de todo o processo produtivo, do plantio à colheita, e indo além. Não se pensa somente na produção, mas também no cuidado com o meio ambiente – e esse ponto é importante.

O consumidor está mais preocupado hoje em saber se a fazenda, empresa ou produtor rural tem métodos de trabalho sustentáveis. Isso significa ter cuidado com o ambiente ao redor e o respeito aos funcionários. A Gestão do Agronegócio lida com isso também.

Assim, o gestor precisa ter contato com a terra, granja, rebanho e plantação, por exemplo. Também vai conhecer máquinas, defensivos e fertilizantes agrícolas. Conversar com veterinários, químicos, agrônomos e especialistas agropecuários. Verificar a contabilidade da empresa, para fazer os investimentos necessários. E, por fim, certificar-se de que o produto final chegue com qualidade ao consumidor. Parece muito? O CST em Gestão do Agronegócio traz todo esse conhecimento.

O curso de Gestão do Agronegócio

É oferecido em modalidade superior tecnológico, e tem três anos de duração. O aluno tem contato com os conhecimentos mais atuais da área. Essa formação o habilita a atuar no gerenciamento de fazendas, empresas rurais e cooperativas.

Assim, ele vai conhecer desde o começo, no processo produtivo, ritmos de plantação e safras. Passa pela administração do negócio, vai para a parte da disponibilização do produto no mercado e do manejo sustentável. Terá aulas de cuidado com o meio ambiente, gestão de pessoas e novas tecnologias. Vamos aos poucos ver como o curso funciona.

Geografia, Biologia, Química

Esses conhecimentos são fundamentais para quem quer trabalhar na Gestão do Agronegócio. Mas não se espante, o gestor não vai se especializar em cada uma dessas áreas para se tornar um bom profissional. É muito importante que ele entenda alguns conceitos principais para poder entender o processo produtivo e poder conversar com os especialistas de cada área.

Conhecer Química ajuda a entender como funcionam os defensivos e fertilizantes agrícolas. Além de conhecer quais são os mais indicados para o solo, há uma legislação específica que rege esses produtos. Isso sem contar com o impacto no ambiente, que deve ser o mínimo possível.

Na Biologia, entender como funciona as bacias hidrográficas – os rios – bem como a fauna e flora ao redor é fundamental. Assim, o profissional em Gestão do Agronegócio pode consultar um biólogo e planejar melhor a área de atuação da empresa.

Geografia entra na grade curricular especialmente para entender os tipos de solos e clima. Cada safra tem uma particularidade, e entender como funciona esse ritmo ajuda no bom desempenho da colheita, plantio e produção agrícola.

A parte administrativa da Gestão do Agronegócio

Já do lado do escritório, o gestor deve entender como funciona a empresa, fazenda ou cooperativa. Para isso, o aluno tem aulas de Gestão de Cadeia de Suprimentos, do Agronegócio de forma geral e de Produção, isso para ficar em alguns exemplos.

Não pode faltar também a disciplina de Gestão de Pessoas. Estamos falando de empresas grandes, que empregam vários funcionários, de todos os ramos de trabalho. Vamos falar do trabalhador que lida diretamente com a terra, e também com o veterinário, o agrônomo, o biólogo. Assim, gerenciar os Recursos Humanos da empresa é uma qualidade do bom profissional.

Um ponto importante que deve ser visto no curso é sobre Segurança no Trabalho. O especialista em Gestão do Agronegócio deve se ater ao cuidado com o trabalhador. Afinal, estamos falando de maquinários pesados e produtos químicos que podem ser agressivos. O mau uso de ambos pode causar acidentes, e é aí que entra o conhecimento do gestor. Ele deve conhecer os equipamentos e procedimentos de segurança para que tudo corra bem.

Contabilidade e Matemática Financeira são parte importante do curso e da vida da Gestão do Agronegócio. Controlar as receitas e despesas da empresa norteiam futuros investimentos para expandir os negócios, bem como evitam gastos desnecessários.

A tecnologia do agronegócio

A produção agrícola brasileira cresceu vertiginosamente nas últimas décadas devido, em parte, à adoção de novas tecnologias. Isso inclui novas máquinas e equipamentos, que tornam a produção mais eficaz. Exemplos disso são equipamentos que conseguem plantar as sementes ou mudas em grandes áreas, em um menor tempo. A manutenção dessas plantações, por meio da irrigação e fertilização, são outro ponto a favor.

Falando em fertilização, o mundo do agronegócio trata também dos produtos que ajudam a plantação a crescer mais saudável. Sem contar o risco menor para serem atingidas por pragas, como insetos, fungos e bactérias. Há também os defensivos agrícolas, que precisam ser cuidadosamente manuseados. São produtos que, se mal utilizados, podem contaminar o solo, cursos de água e até os funcionários envolvidos no seu uso.

A colheita da produção também conta com equipamentos especiais. Na Gestão do Agronegócio, o profissional entende como esse maquinário funciona, para saber em qual deles é melhor investir, para ter um melhor retorno.

O destino final da produção do agronegócio

De nada adianta fazer toda a produção nos padrões de qualidade se não houver um grande mercado consumidor. O aluno de Gestão do Agronegócio tem aulas de Marketing e Comunicação, para ter mais subsídios para divulgar a empresa e seus produtos no mercado e na comunidade.

Tudo isso passa também pela gestão da qualidade. Muitas empresas hoje adquirem certificações para garantir a qualidade de seus produtos. Tais certificações obrigam as organizações a terem processos produtivos em determinados padrões. É aí que entra o conhecimento do gestor. Ao certificar sua empresa em boas práticas, seu produto tem a garantia de qualidade, o que garante também uma maior visibilidade e venda.

Falando em qualidade, o curso oferece conhecimentos sobre Engenharia da Qualidade, que traz essa legislação de certificações e processos produtivos de forma mais específica. Isso ajuda a fazer o profissional de Gestão do Agronegócio a lidar com as leis e normas.

O agronegócio no Brasil e mundo

É muito importante que o especialista em Gestão do Agronegócio entenda o impacto da produção agrícola no país e no exterior. Do lado econômico, o peso desse setor é muito grande. No cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, que soma toda a produção brasileira, somente a agropecuária produziu mais que em 2019. Os demais setores, como indústria e comércio, tiveram forte queda.

Assim, o aluno tem contato com disciplinas que mostram realidades brasileiras diferentes, e como o país se coloca no mundo. Isso faz diferença, visto que muitas pessoas dependem das vagas de trabalho que aparecem no agronegócio. E entender essa dinâmica ajuda na gestão da empresa.

No mundo das relações comerciais exteriores, saber como são as leis agrícolas ajuda a posicionar a empresa no mercado. Há normas sanitárias que exigem fiscalização de produtos de origem animal, por exemplo. Caso haja algum caso de contaminação por agentes patogênicos, a empresa e o país pode ter seus produtos suspensos no mercado internacional. O gestor de agronegócio deve conhecer essas leis para manter a produção nos padrões de qualidade.

O meio ambiente na Gestão do Agronegócio

Não devemos esquecer o quão importante é o cuidado com a natureza e sustentabilidade na Gestão do Agronegócio. Já se foi o tempo em que se desmatavam grandes áreas para a criação de fazendas e áreas produtivas. O clima já está cobrando seu preço, com a alteração no regime de chuvas, seca e qualidade do ar.

Assim, o especialista em Gestão do Agronegócio precisa se preocupar com o entorno da empresa, fazenda ou cooperativa. Ele deve consultar biólogos, engenheiros ambientais, agrônomos ou veterinários na hora de planejar na expansão dos negócios. Dessa forma, ele poderá criar oportunidades sem prejudicar o meio ambiente.

Nessa mesma linha, conversar com profissionais da área química o ajudam a entender o impacto dos defensivos e fertilizantes agrícolas no meio ambiente, e evitar a contaminação de cursos de água ou áreas verdes ao redor.

Essa preocupação se faz importante, especialmente quando se pensa na expansão territorial ou de produção das empresas. Há uma legislação que deve ser seguida, que contemple o manejo da área verde ao redor. Isso inclui manter uma parte de uma floresta, por exemplo, ou ter planos de recuperação ambiental no futuro.

Outro campo que deve ser visto é o do tratamento dos resíduos. Eles não podem chegar aos rios ou florestas sem terem passado por procedimentos que anulem o potencial tóxico. Estações de tratamento, reaproveitamento de lixo sólido são algumas das ações que o gestor do agronegócio também deve se atentar.

Uso de tecnologia verde

Estamos falando de fontes de energia sustentáveis. Manter uma fazenda, empresa ou granja funcionando requer o uso de energia elétrica. Para manter tudo funcionando, o profissional em Gestão do Agronegócio pode implementar uma rede de fornecimento com o uso de painéis fotovoltaicos, por exemplo.

Eles usam a luz do sol para fornecer energia elétrica. Isso reduz o consumo da rede tradicional, trazendo economia para a empresa. Isso se traduz em mais investimentos em outras tecnologias, como o reaproveitamento de água. Com isso, a empresa diminui a captação das bacias hidrográficas da região. Pensando nisso, ela também pode fazer um manejo da água da chuva.

Fazendas, cooperativas e rebanhos

Em tudo o que tiver relação com o campo, o profissional de Gestão do Agronegócio está envolvido. Dessa forma, fazendas com grandes produções agropecuárias são um dos locais que mais empregam profissionais. Empresas que tenham rebanhos variados também se valem da presença de um especialista na área.

Cooperativas rurais são um campo em expansão. Elas reúnem pequenos produtores, que conseguem negociar benefícios na hora de oferecer seus produtos ao mercado. O gestor pode atuar em conjunto, trazendo ideias de novas oportunidades.

O setor estatal é outra boa opção para quem quer ingressar na área de Gestão de Agronegócio. Empresas públicas procuram especialistas que entendam do dia a dia da lavoura, rebanhos e do campo, de forma geral.

Falando em setor público, o profissional de Gestão do Agronegócio pode atuar em empresas ou fundações de pesquisa. Assim, ele pode contribuir para desenvolver novas técnicas de trabalho, processo produtivo, contabilidade e gerenciamento de pessoas.

O agronegócio e a produção sustentável

Um ramo que tem crescido nos últimos anos é o de produtos orgânicos, aqueles que não usam produtos químicos na sua produção. O profissional em Gestão do Agronegócio pode se especializar nesse ramo, que tem uma legislação voltada para esse modelo de negócio. Essas normas foram criadas para trazer mais segurança aos trabalhadores, proprietários e consumidores.

Geralmente são pequenos produtores, com áreas de produção não muito extensas. As safras ficam disponíveis em alguns períodos do ano, e utilizam-se técnicas de manejo sem defensivos ou fertilizantes químicos.

Os produtores podem também obter certificações que garantam a procedência de seus alimentos. Assim, depois de um processo de auditoria, caso tudo esteja nos padrões, eles adquirem um selo, que vai nas embalagens dos alimentos. Isso mostra ao consumidor que o produto é realmente orgânico, o que agrega mais valor.

Esses pequenos produtores orgânicos podem também se unir em cooperativas, para terem mais chance de negócio com empresas, prefeituras, governos estaduais ou federal. O gestor do agronegócio atua como um consultor, indicando as melhores oportunidades para oferecer seus alimentos.

Mercado de trabalho na Gestão do Agronegócio

Uma vez formado, o aluno pode ser um diretor-geral de uma fazenda ou uma empresa agropecuária. Ele é o responsável por todo o processo produtivo, e deve conhecer o trabalho de cada departamento. Mas ele também pode se especializar em determinada área, como plantação, produção ou marketing.

Ele pode ser, inclusive, um trabalhador dessa fazenda, e se especializar em Gestão do Agronegócio. Assim, ele pode ser promovido e, por já ter trabalhado no ramo operacional, saberá entender como gerenciar.

Há casos de empresas agropecuárias que possuem várias fazendas que fornecem as matérias-primas. Podem ser incluídas também as grandes produtoras de celulose e papel. Elas têm enormes florestas de árvores, plantadas com esse objetivo. Gerenciar essa produção, bem como ter o cuidado com a legislação e o meio ambiente, é papel do gestor do agronegócio.

Outro exemplo é quando organizações fazem parcerias com cooperativas rurais. Como já dissemos anteriormente, essas cooperativas são formadas por pequenos produtores. Para elas, é vantajoso negociar sua produção com grandes empresas. Assim, elas conseguem uma boa margem de venda e têm benefícios.

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