InícioGraduaçãoPsicologiaQuando a Psicologia passou a ser profissão?

Quando a Psicologia passou a ser profissão?

Parece que ela existe desde sempre, mas a Psicologia como profissão e campo da ciência surgiu há pouco menos de 150 anos. O atendimento do psicólogo é um trabalho tão essencial que temos a impressão de que ele sempre existiu, mas não foi sempre assim.

Para chegar na configuração que conhecemos hoje, a Psicologia caminhou por séculos de estudo e conhecimento. E, esse caminho nem sempre foi fácil para os psicólogos, que por muitas vezes, foram descredibilizados por outras ciências.

Várias áreas da ciência vêm contribuindo com a Psicologia, e ajudam no desenvolvimento de psicoterapias, novas abordagens e tratamentos. Essas, fazem completa diferença no diagnóstico e tratamentos de questões que dizem respeito ao psicoterapeuta.

Mas, o trabalho do psicólogo enquanto estudioso da mente humana e conselheiro dos pacientes com problemas emocionais surgiu somente por volta dos anos 1870 na Alemanha. Foi quando o médico e filósofo alemão Wilhelm Wundt escreveu o livro Princípios de Psicologia Fisiológica, em 1873. Essa obra foi a primeira que organizou os princípios da Psicologia enquanto ciência.

Ele também criou, em 1879, o primeiro laboratório de estudos de Psicologia na Universidade de Leipzig. Outros estudiosos da mente humana desenvolveram técnicas e fizeram mais descobertas sobre o assunto. Um deles foi o médico russo Ivan Pavlov, muito conhecido pela técnica do condicionamento do comportamento humano.

Filosofia como base da Psicologia

Por outro lado, esse campo fascinante de estudo tem suas raízes muito antes, lá na Antiguidade. Um dos braços da Filosofia (amor pela sabedoria, em grego) é a compreensão da mente das pessoas. Afinal, a pergunta “quem eu sou e para onde vou” é uma das origens da Filosofia. E, esse questionamento é um dos pilares para se autocompreender e entender a psique humana.

Os filósofos, desde os primórdios já procuravam relacionar comportamentos à vida em sociedade. Discípulos de Sócrates, Platão, Santo Agostinho e René Descartes, e demais notórios filósofos, procuravam entender a nossa razão de existir. Mas, eles não abordavam seus alunos que, por acaso, tivessem algum problema de ordem emocional.

Esses questionamentos serviam mais como exercícios de pensamento, para que as pessoas refletissem sobre o sentido da vida. Contudo, não atingiam aquelas que buscavam ajuda para seus problemas. Sendo este o momento, do protagonismo da Psicologia.

Psicologia como disciplina

O termo Psicologia, “estudo da alma”, em grego, já existia, mas não a disciplina e o estudo como conhecemos hoje. Diante do exposto, o médico e filósofo Wilhelm Wundt estudava a neurologia humana na área de percepção, sensações e sentimentos. Suas descobertas o fizeram criar o primeiro laboratório de Psicologia que se conhece, na Universidade de Leipzig.

O laboratório se tornou bastante conhecido, e era destino de muitos que já estudavam a Psicologia, para aperfeiçoar-se nas disciplinas. Assim, com o passar dos anos, os precursores da Psicologia conseguiram desenvolver técnicas para aconselhar as pessoas a entender como elas são e como podem resolver suas questões mais íntimas. Logo, conforme as pesquisas, desvendavam mais mistérios do cérebro humano, mais terapias passaram a surgir.

Essas técnicas precisam ser estudadas, desenvolvidas e aprovadas para poderem ser utilizadas pelos profissionais. Essas, são as psicoterapias, que variam muito conforme a categoria de paciente.

Ainda, uma das mais conhecidas é a entrevista individual, quando o psicólogo conversa diretamente com a pessoa. Há também as terapias em grupo, a cognitivo-comportamental, que estuda a interpretação dos acontecimentos pelos pacientes, e a sistêmica que vê o ser humano na totalidade.

A profissão de Psicólogo

Os primeiros registros do atendimento psicológico são também do século XIX. O psicólogo americano Lightner Witmer, que foi aluno de Wundt, criou a primeira clínica psicológica na Universidade da Pensilvânia. Ele atendia crianças em idade escolar, e foi precursor de muitos estudiosos da Psicologia.

Mas, a disciplina não se limitou ao atendimento individual de crianças. Outros campos de estudo da mente, como a Psicanálise e a Psiquiatria, colaboraram para transformar a Psicologia na ciência e no trabalho que conhecemos hoje. O conhecimento do cérebro, dos neurotransmissores, comportamentos humanos e seus transtornos revolucionaram o atendimento psicológico. Porém, somente na metade do século XX que a Psicologia veio a se consolidar como profissão.

A Psicologia no Brasil

Um marco da Psicologia brasileira foi a regulamentação da profissão pelo presidente João Goulart em 27 de agosto de 1962. Foi quando ele sancionou a Lei 4.119, que tornava a Psicologia uma profissão. Mas, cursos acadêmicos já existiam antes disso, e entidades de estudiosos da Psicologia atuavam em várias áreas no Brasil, como a educação, trabalho, saúde e direito.

A aprovação dessa lei fez do Brasil um país na vanguarda da Psicologia. Na época, apenas os Estados Unidos, Canadá e Egito tinham uma legislação específica que regulamentava o trabalho de psicólogo. Mas somente em 1971 foi criado o Conselho Federal de Psicologia (CFP), que orienta, estabelece as diretrizes do trabalho de psicólogo e fiscaliza a profissão. Ela também estabelece penalidades aos psicólogos com má atuação profissional.

Ainda, o trabalho de psicólogo não fica somente no atendimento ao consultório. Com o desenvolvimento da Psicologia, muitos campos de estudo específicos surgiram. Hoje o profissional, uma vez formado, pode escolher diferentes áreas de atuação.

Áreas de atuação do psicólogo

  • Psicologia do Trabalho, com atuação no departamento de Recursos Humanos das empresas;
  • Psicologia hospitalar: acolhimento de pacientes e familiares;
  • Psicologia do esporte: auxilia os atletas em relação ao desempenho, em especial, os alta performance;
  • Psicologia Jurídica: aconselha a família de quem cumpre penas de reclusão e, estuda o lado psíquico de criminosos, assim como atende vítimas de violência;
  • Psicologia Educacional: auxilia os alunos em ambiente escolar;
  • Psicologia do Trânsito: participa do processo de habilitação de novos motoristas, exame psicotécnico, e também reabilita os que tiveram má conduta ao volante;
  • Psicologia Social: atua com pessoas em situação de vulnerabilidade. Assim como idosos em casa de repouso, crianças em situação de rua e detentos em penitenciárias.

Fica claro, portanto, que para além das diversidades das áreas de atuação, a Psicologia é um campo ideal para quem deseja trabalhar com pessoas. E, assim, executar esse papel tão importante na sociedade.

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