InícioPós-graduaçãoCiência de Dados6 figuras importantes para a história da Ciência de Dados

6 figuras importantes para a história da Ciência de Dados

Não é fácil traçar a história da Ciência de Dados. Esse é um ramo bastante recente. Tem suas origens, no entanto, em áreas do conhecimento bastante antigas, como a Estatística e a Matemática. 

Uma época importante para o desenvolvimento da Ciência de Dados foi a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu entre os anos de 1939 e 1945. Foi quando boa parte da tecnologia conhecida hoje foi desenvolvida. Era empregada na quebra de códigos e mensagens secretas dos inimigos, assim como em aplicações militares e logísticas. 

Isso prosseguiu durante a Corrida Espacial, evento da Guerra Fria em que Estados Unidos e União Soviética disputavam novas tecnologias para chegar à Lua. Mas o termo “Ciência de Dados” ganha força apenas a partir dos anos 2000. Serve para designar uma série de atividades que envolvem principalmente a programação e a estatística. 

A justificativa é simples. É que foi a partir dessa época, com o desenvolvimento e popularização do uso de computadores, que dados começaram a ser captados em maior volume por empresas. O que fazer com esses dados? Como empregá-los de forma ética e coerente?

É desses questionamentos que algumas personalidades marcaram presença na história da Ciência de Dados, seja no desenvolvimento da área ou de outras correlatas, como estatística e computação. É importante para todo profissional conhecer a história de sua profissão. Que tal conferir essas figuras históricas?

John Eckert e John Mauchly, os criadores do primeiro computador do mundo

Essa bela dupla não poderia ficar por fora da história da Ciência de Dados. Isso porque os dois engenheiros da Universidade da Pensilvânia foram responsáveis por um feito histórico: criaram o Eniac, o primeiro computador do mundo. Isso aconteceu no ano de 1946, em parceria da universidade com o Governo Federal dos Estados Unidos. 

O Eletronic Numerical Integrator and Computer, ou Eniac, como ficou conhecido, era totalmente eletrônico. Possuía 5,5 metros de altura, o que é inimaginável para os padrões atuais. Ele pesava 30 toneladas, tinha 25 metros de comprimento e possuía mais de 17 mil válvulas. 

Ele parece ultrapassado, mas algumas das ideias utilizadas para a construção daquele computador são utilizadas até hoje. Foram elas que permitiram que os computadores fossem programados através de programas, função essencial para a história da Ciência de Dados e para o trabalho do cientista de dados.

William Cleveland e o treinamento dos cientistas de dados

Ainda pouco se sabe sobre a história da Ciência de Dados, área recente e ainda em construção. Mas há relatos dos profissionais mais antigos. Keith D. Foote, que atua há mais de 40 anos nesse ramo, narra o surgimento da área em 2001, quando Cleveland começa a treinar esses profissionais para o que ele chamava de “necessidades do futuro”. Esse processo está relatado no artigo Ciência de dados: um plano de ação para expandir as áreas técnicas da área de estatística. É ali que ele descreve como aumentar as áreas técnicas da Estatística com foco no analista de dados. Cleveland dá aulas de Estatística e de Ciência da Computação na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos. É conhecido por seu trabalho em visualização de dados, especialmente em regressão não paramétrica e regressão local.

Ada Lovelace, a primeira programadora

Apesar de ainda serem poucas na área da programação, a primeira programadora da história, segundo alguns, foi uma mulher. Seu nome era Ada Augusta Byron King, ou Ada Lovelace, como gostava de ser chamada. Sim, era filha do famoso poeta romântico Lord Byron, mas ficou conhecida por muito mais do que isso. 

Ela desenvolveu um programa para ser utilizado na máquina analítica de Charles Babbage, considerada um ponto de partida para os computadores eletrônicos. A máquina foi proposta para patrocínio pela Universidade de Cambridge em 1833 e tinha a capacidade para até a vigésima casa decimal.

O que Ada fez foi escrever um algoritmo capaz de calcular a sequência de Bernoulli, ou Lei dos Grandes Números. Esse feito, realizado entre os anos de 1842 e 1843, é considerado o primeiro programa de computador.

O tear mecânico de Joseph-Marie Jacquard

Essa história de quem foi o primeiro a inventar algo nem sempre é consenso, e não é diferente neste caso. Alguns defendem que, na verdade, o primeiro programador teria sido Joseph-Marie Jacquard. O francês inventou o tear mecânico em 1801. Com seu mecanismo, era capaz de dizer quais fios do tear poderiam passar por cima ou por baixo para que o traçado pudesse ser criado. Ele funcionava com um processo de cartões perfurados. Eles definiam os padrões nas laçadeiras e, assim, automatizavam o trabalho do tecelão. Esse é considerado por muitos o primeiro programa.

Alan Turing, o pai da Ciência da Computação

Talvez você já o conheça do filme O jogo da imitação, lançado em 2014. Não é à toa que Alan Turing é considerado o pai da Ciência da Computação. O jovem gênio morreu aos 41 anos. Antes disso, ajudou a descobrir o local exato onde os nazistas estariam em 6 de junho de 1944, que entrou para a história como o Dia D. 

Operando com o governo britânico, ele desenvolveu uma máquina conhecida como “bomba eletromecânica”. Ela era capaz de decifrar o código da máquina Enigma, pertencente aos alemães. Isso fez com que o governo britânico tivesse informações privilegiadas durante a Segunda Guerra Mundial e ajudou os Aliados a ganhar a disputa. 

Mas Turing teve uma vida conturbada: foi condenado pelo governo inglês por “indecência grave” devido à sua homossexualidade, que na época era proibida no país. Foi, então, forçado a se afastar de seu trabalho. Para não ser preso, era obrigado a fazer um “tratamento” a partir de estrogênio, o hormônio feminino. Na prática, a substância causava a castração química. 

Foi encontrado morto em sua casa aos 41 anos. Até hoje há a discussão se o envenenamento por cianeto foi resultado de um suicídio ou de um acidente ao trabalhar com esse composto. O governo britânico apenas agradeceu publicamente o trabalho realizado por Turing em 2009, mas o perdão real veio apenas em 2013.

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